Quais são os impactos ambientais da produção de carne bovina?
A maior parte da produção de soja é para alimentar o gado que, por sua vez, alimenta a população onívora. Dessa forma, a indústria da carne desmata e contamina o solo e a água, super explorando os recursos hídricos e colaborando para a emissão de gases poluentes.
No Brasil, a associação da pecuária com a devastação da Amazônia e do Cerrado, com a emissão de gases que agravam o aquecimento global sofre pressão internacional.
Sendo assim, é preciso entender quais os reais impactos da produção da carne bovina para o meio ambiente e atuar na busca da preservação das florestas. Além, é claro, de buscar estratégias que fortaleçam a agricultura familiar e uma urgente manutenção do clima.
Segundo estudo da Climate and Clean Air Coalition, 40% das emissões de gases responsáveis pelo desequilíbrio do efeito estufa na agropecuária, vêm apenas da criação de gado. Ou seja, a redução do consumo de carne, além de auxiliar na prevenção de doenças crônicas, tem um poder de transformação gigante para as próximas gerações.
Reunimos dados valiosos sobre os impactos da indústria da carne nos dias atuais:
Leia neste artigo:
Quais os impactos da produção de carne bovina no meio ambiente
O processo de produção da carne bovina traz consigo diversos fatores agravantes para a natureza. Sendo assim, precisamos entendê-las para poder tomar alguma ação. Vamos aos impactos:
Gases do efeito estufa
Se juntarmos todos os carros, caminhões, aviões e navios do planeta teremos um número alarmante de Gases do Efeito Estufa, não é mesmo? No entanto, a produção de carne sozinha é responsável pela emissão desse mesmo volume na atmosfera.
As criações de gado produzem grande quantidade de gás metano, um poluente perigoso do ar e do efeito estufa e o principal elemento a contribuir para a formação do ozônio ao nível do solo.
Além de tudo isso, os fertilizantes com base de nitrogênio usados na produção liberam óxido nitroso na atmosfera, mais um gás que contribui para a degradação da camada de ozônio.
No Brasil, as emissões de gás metano exclusivamente feitas pelo rebanho bovino representam 17% de todos os gases do efeito-estufa do país.
Segundo estudo da Universidade de Oxford, que coletou dados de 40 mil fazendas pelo mundo, calculou as emissões globais médias envolvidas na produção de 40 dos principais alimentos.
A conclusão é que as carnes bovina e de cordeiro são as comidas que mais degradam o meio ambiente. Além disso, a carne e outros produtos derivados de animais são responsáveis por mais da metade das emissões.
Segundo o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa, a pecuária de corte corresponde a 62% dos gases emitidos. É muito alto, né?
Desmatamento
O desmatamento é um tema muito presente na produção da carne bovina. Atualmente, a pecuária é responsável por 75,5% do desmatamento na Amazônia e 56% no Cerrado.
A abertura de áreas de pasto se faz necessária para a alimentação e criação dos animais. Dessa forma, por conta das queimadas e cortes, acontece a liberação de níveis elevados de CO2 para a atmosfera.
A consequência da falta de árvores dificulta a absorção de CO2, além de prejudicar a biodiversidade.
Utilização de água
A grande exploração de recursos hídricos para a produção de carne, torna a atividade agropecuária a principal responsável pelo uso da água do mundo.
Isso porque é preciso 15,4 mil litros de água para cada quilo de carne de boi produzida. Esse número envolve o consumo dos animais e as lavouras responsáveis pela produção de alimento para eles.
Além disso, a soja produzida pela agricultura, que serve de alimento para o gado, por exemplo, utiliza 1,8 mil litros de água por quilo.
O consumo de carne bovina é um costume trazido por gerações e tem relação direta com o cenário atual. Dessa forma, caso não exista a pressão dos indivíduos e a mudança de hábitos, o segmento causará impactos irreversíveis ao meio ambiente.
Por que a produção de carne gera tanta poluição
A emissão de gases acontece por meio do desmatamento, que é um caso bem sério.
De forma resumida, as plantas armazenam gás carbônico ao absorvê-lo da atmosfera. Ao desmatar áreas para pasto, a derrubada libera esse CO2 armazenado pelas plantas e novas absorções deixam de acontecer. Além disso, a liberação de CO2 na atmosfera é ainda maior pela decomposição da madeira cortada ou queimada.
Além disso, quando a pastagem não é bem cuidada, como a grama e as plantas serem mantidas na área de pasto, o solo perde sua vegetação e os minerais que o torna fértil. Dessa forma, perde a capacidade de armazenar gás carbônico.
Por fim, a pecuária está associada a liberação de gás metano, que é liberado pelo boi durante o processo de digestão do capim e outros alimentos ingeridos.
É possível reduzir os impactos da carne no meio ambiente?
A conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas (COP 26) trouxe a produção da carne como fator crítico no combate ao aquecimento global.
Segundo relatório preliminar da ONU, uma dieta à base de vegetais poderia reduzir em 50% as emissões de gases poluentes.
Além da redução no consumo de carnes e produtos de origem animal de forma geral, os cientistas envolvidos nas reuniões dos impactos climáticos defendem que a produção precisa ser revista, exigindo práticas de produção sustentável e sem ligação de desmatamento para que o cenário possa ser transformado.
As medidas propostas para que os produtores adotem práticas sustentáveis envolvem:
- Rotação de pastagem: Fazer rodízio na localização dos bois de um pasto a outro para que a vegetação tenha tempo de se recuperar;
- Utilização de suplementos alimentares: O foco é na redução do capim na alimentação dos bois, buscando diminuição nas emissões de metano pela fermentação gástrica;
- Cuidados com o solo: Buscar fertilidade do solo, utilizando nutrientes e leguminosas para recuperação.
Ou seja, a pressão em grandes produtores e indústrias precisam acontecer para que a situação seja revertida.
A produção de carne bovina tem impactos ambientais significativos, desde o uso de recursos até as emissões de gases de efeito estufa. Para aprofundar seu conhecimento sobre sustentabilidade e escolhas alimentares conscientes, leia nosso artigo “Qual a influência do flexitarianismo na sustentabilidade?” e descubra como você pode fazer a diferença!
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